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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos e biografia:  https://www.revistapessoa.com/

 

 

EDMAR MONTEIRO FILHO

 

 

Escreve e publica desde 1980.

Formado em Ciências Biomédicas e História, recebeu os prêmios literários Guimarães Rosa, da Rádio França Internacional, Cruz e Souza, Cidade de Belo Horizonte e Luiz Vilela, todos na categoria contos.

Publicou os livros de poesia A Lápis e Halma Húmida, as coletâneas de contos Aquários, Às Vésperas do Incêndio e Que Fim Levou Rick Jones?, a novela Azande e o romance Fita Azul, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, edição 2012, na categoria livro do ano de autor estreante.

Atualmente (2021) é doutorando em Teoria e História Literária pela UNICAMP e reside em Amparo SP.

 

 

VIA VERSO. III Concurso Nacional de Poesia.  Ourinhos, Prefeitura Municipal de Ourinhos, Departamento Municipal de Cultura, Biblioteca Municipal Tristão de Athayde, 1995.  98 p.  15 x21 cm.   Coordenação do Projeto:  Marco Aurélio Gomes.  Capa: Dany Eudes Romeira.

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

O beijo

Tantas carícias...
e enfim nenhuma como esta
do ar
do nada de encontro à pele,
da seda das horas
roçando lenta pelos ossos,
das recordações estiradas molemente
sobre uns tempos de luz e grama

Nenhuma carícia como esta
da alma pelo avesso
exposta ao sol
Nenhum beijo como este
nem doce nem ardente
puramente beijo,
o toque de uns lábios invisíveis
diretamente no âmago da memória.


DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE POESIA.         ANO XX – No. 30.  Editor Bilharino.   Capa; Visual de Gabrile -Alfo Bertozzi. Uberaba, Minas Gerais, Brasil: 2000.  200 p.   No. 10 787      Uberaba, MG – Brasil. Capa: Visual de Gabriele-Aldo Bertozzi. Editor: Guido Bilharino 200 p.                   Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

 

  MUTAÇÃO

      
Para Mallarmé

       
A palavra inusitada desponta repentina,
        fagulhas no enredo,
        E como toda nota brilhante em meio a insípida
                                melodia
        imprime clássicos motivos,
        desce o raio em meio ao rio.

        A surpresa engendra o novo por si só
        buraco negro..., sumidouro, arqueofagia.
        A palavra repentina, o rasgo da sintaxe
        que o léxico é a rotina da palavra.

        A palavra nova, súbita surpresa,
        a palavra/caleidoscópio:
        baile de brilhos
        mas cacos de vidro
        a surpresa é o engasgo do instante,
        mas não é nada senão segundo,
        broto de luz no lodo plano.

        A metáfora é o sal...

        A palavra insuspeitada é cor
        e é dor e é nada noutro enredo;
        é matriz da surpresa
        se renova, ilude o tempo...
        Primícias...
        Rumor
        Rumoroso meio;
        mais um
        mais um fim. 

 

*
Página ampliada e republicada em abril de 2024

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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